Para saber mais sobre o tema, convidamos o psicólogo Hélio Savi Bastos para escrever um artigo exclusivo para o blog da D-ESPAÇO. Afinal, nós também nos preocupamos com quem sofre deste transtorno, além de seus familiares, e sabemos o quanto é importante ajudar com dados e orientações de profissionais especialistas no assunto. Confira abaixo o artigo de Bastos e compartilhe as recomendações!
Acumulador é um termo que está na moda, muito pela caracterização deste comportamento como não saudável e outro tanto pela ênfase que se dá ao tema na televisão fechada e aberta com a visão fornecida pelos reality shows. Mas o que há de real nisto tudo? Quem são estas pessoas?
O fenômeno da acumulação compulsiva, ou disposofobia, caracteriza-se pelo ato de recolher e guardar objetos com pouca utilidade ou até mesmo inexistente. Até mesmo aqueles objetos descartados no lixo por outras pessoas podem ser recolhidos e guardados. Tal fato ocorre devido a um transtorno emocional que afeta não apenas as pessoas que são acometidas por ele, mas todos os que a cercam (família, amigos, vizinhos), impactando a vida emocional, social, financeira e física destas pessoas.
Tais pessoas possuem o costume de guardar objetos desnecessários, deixando-os em um cômodo que com o passar do tempo torna-se pequeno e, por este motivo, o acúmulo leva a utilizar outros cômodos da casa para tal fim. Embora possam ser reconhecidas pelos que as cercam, elas comumente não detêm em seu senso crítico a visão de sua condição, tornando irreconhecível tal fato em suas vidas.
As pessoas acumuladoras tendem a destinar muito tempo do seu dia na coleta e guarda dos objetos, podendo catalogá-los ou não, desenvolver uma organização na armazenagem ou não, mas mesmo assim a energia investida nesta ação é alta em relação aos demais aspectos da sua vida. Estas pessoas sentem a necessidade de, a cada momento, guardar mais objetos, tornando este o objetivo principal de sua trajetória neste planeta, como se esta fosse a única razão para continuar sua vida.
Mas o que pode levar alguém a acumular objetos desta forma? Esta resposta não é tão simples quanto parece, pois existem vários fatores de risco, que podem ser encontrados concomitantemente ou não. Mas os fatores mais observados nos casos clínicos são:
– Abuso de álcool;
– Demência;
– Esquizofrenia;
– Quadros ansiosos;
– Quadros depressivos;
– Transtorno compulsivo;
– Transtorno de déficit de atenção ou hiperatividade (TDAH);
– Vida infantil em uma casa desorganizada.
E agora? Como identificar? Muitos leitores podem ficar confuso sobre a diferença entre acúmulo e coleção.
Portanto, quero deixar claro que o colecionador mantém o seu senso crítico, organizando os objetos racionalmente e respeitando uma lógica para a aquisição de novos itens.
Já os acumuladores compulsivos possuem grande dificuldade na organização do seu espaço, perdendo frequentemente o seu controle sobre a guarda destes objetos, e adquirindo indiscriminadamente mais objetos.
Seguem abaixo alguns pontos de alarme para identificar comportamentos de acúmulo:
Artigo escrito pelo psicólogo Hélio Savi Bastos (CRP 08/13740).
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